Professores da rede estadual de ensino de São Paulo seguem em greve; movimento recebe apoio de docentes da Unicamp

Professores da rede estadual de ensino de São Paulo estão em greve há mais de 40 dias. A principal reivindicação da categoria é por uma equiparação salarial aos demais profissionais com ensino superior no estado, o que representaria um aumento de 75%, chegando a R$ 4.237 - o piso atual é de R$ 2.460.

Os docentes da Unicamp manifestaram, através de moção, apoio à greve. "Preocupa-nos a situação de precarização e sucateamento que vem sofrendo a educação pública estadual revelada nos baixos salários dos professores, nas péssimas condições didático-pedagógicas, na infraestrutura deficiente dos espaços escolares, no corte de verbas para educação e, entre outras medidas tomadas recentemente, no fechamento de salas de aulas, sobretudo do Ensino Médio, causando superlotação nas salas que restaram e influenciando diretamente na qualidade do ensino-aprendizagem e nas condições de trabalho docente."

Os líderes da categoria se reuniram na quinta-feira (23) com o secretário de Educação, Herman Voorwald, porém não houve acordo. Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a data-base estabelecida era para o mês de março, porém foi informado que a proposta de aumento será feita apenas em julho. Outra crítica do movimento, que organizou manifestação na sexta-feira, partindo do Masp até a Praça da República, é o bônus concedido aos professores através de avaliação da rede para se chegar ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDESP), o que transmitiria aos professores a responsabilidade pelo desempenho dos alunos no estado, desconhecendo questões de condição e estrutura de trabalho.

Fonte: Apeoesp

Moção de apoio à greve docente de São Paulo - Docentes da Universidade Estadual de Campinas

Nós, docentes da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, manifestamos nosso total apoio à greve de professores e professoras da Rede Estadual de Educação de São Paulo iniciada em 13 de março. Preocupa-nos a situação de precarização e sucateamento que vem sofrendo a educação pública estadual revelada nos baixos salários dos professores, nas péssimas condições didático-pedagógicas, na infraestrutura deficiente dos espaços escolares, no corte de verbas para educação e, entre outras medidas tomadas recentemente, no fechamento de salas de aulas, sobretudo do Ensino Médio, causando superlotação nas salas que restaram e influenciando diretamente na qualidade do ensino-aprendizagem e nas condições de trabalho docente. Preocupa-nos igualmente a postura do governo de tentar negar o movimento, atribuindo aos professores substitutos a tarefa de “cobrir” os colegas em greve, desconsiderando os efeitos nocivos para a qualidade e a continuidade do ensino, ignorando a legitimidade do movimento docente, inclusive ao negar a abertura de negociações para discutir a pauta de reivindicações. Entendemos e reforçamos a importância da retomada da valorização da educação para nossa sociedade e solicitamos abertura urgente de diálogo para negociações.

- Campinas, 20 de abril de 2015