Entrevista - Rosângela Gavioli Prieto, coordenadora do GT 15 (Educação Especial)

Confira a entrevista especial do Boletim ANPEd com a coordenadora do GT 15 da Associação, a professora Rosângela Gavioli Prieto, que analisa a atuação do GT de Educação Especial e sua articulação junto à Anped e à área da educação em âmbito nacional e internacional. Também colabora para a entrevista a vice-coordenadora do GT, Silvia Meletti.

Rosa?ngela Gt 15

- Como você avalia o trabalho de aprofundamento na discussão sobre Educação especial dentro do GT 15?

Os dados de crescimento do número de trabalhos encaminhados para avaliação com vistas à apresentação no GT 15 Educação especial e o quantitativo de participantes sempre em ascensão durante as reuniões anuais da Anped têm mostrado os efeitos de anos de investimento dos coordenadores que me antecederam, bem como a relevância social e acadêmica dessa área no cenário educacional brasileiro particularmente nas últimas duas décadas. Isto também é reflexo da relevância atribuída à educação especial desde que o Brasil assumiu a inclusão escolar como orientação para as políticas educacionais.

Com isso, desafios de várias ordens (políticos, econômicos e de construção e consolidação de conhecimentos, como exemplos) concernentes à sua implantação são colocados para que se possa assegurar, além do ingresso, a permanência dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento nas classes comuns, bem como seu acesso a níveis mais elevados de ensino.

Essa política tem impulsionado a produção na área e isto tem reverberado intensamente no GT 15, em que os trabalhos apresentados traduzem a consolidação da trajetória de pesquisadores e de diferentes grupos de pesquisas, bem como promove o debate e a qualificação dos resultados de pesquisas em educação especial.

- Como coordenadora do Grupo de Trabalho, quais questões você avalia que devem avançar nesse processo?

Na atual fase do GT 15, em nossa avaliação, a maior parte dos trabalhos apresentados é de orientandos dos membros que atuam a mais tempo na Anped. Isto reflete, por um lado, o crescimento e consolidação da área de educação especial nessa associação; por outro, nos traz o desafio de encontrar estratégias para reforçar a representação dos grupos de pesquisa nacionais nos trabalhos apresentados.

Nessa direção, uma proposta é promover a identificação dos diferentes grupos que atuam no âmbito do GT, com vistas a mapear seus campos teóricos e metodológicos, permitindo assim, a realização de um retrato das pesquisas em educação especial e as suas interlocuções com as políticas propostas para o atendimento do seu público-alvo.

Seria interessante o GT 15 indicar, na reunião bianual, representantes para as reuniões regionais que pudessem fazer a articulação desses eventos. Estes seriam responsáveis por fomentar discussões nas regionais que perpassam a área e gerar relatórios a serem discutidos na reunião da Anped, bem como divulgados no link do GT do portal da instituição.

Ainda, precisamos ampliar a participação política do GT 15 Educação especial nos fóruns coletivos de discussão das políticas de educação especial em âmbito nacional e nas diferentes regiões brasileiras, pois há muitas pautas de luta em trâmite nas diferentes esferas de governo e capitanear ações que possam provocar avanços é uma tarefa constante dos participantes do GT.

- Os Grupos de Trabalho têm papel central na estruturação das Reuniões Nacionais da ANPEd. Como funciona essa articulação e qual o balanço do último encontro, em Goiânia (2013)?

Embora a programação GT seja de responsabilidade dos coordenadores reunidos em subáreas, o tempo destinado à discussão e avaliação do encontro e ao planejamento da próxima reunião deveria ser maior. Um desafio para a próxima reunião será projetar interesses para serem realizados no prazo de anos; outro, é aprimorar a relação on line com os participantes do GT de forma a propiciar a recolha de contribuições para a programação geral e do grupo na reunião anual.

No último encontro (Goiânia, 2013), foram registrados 148 participantes no GT 15 e a representação de 48 diferentes instituições, tais como: de ensino superior, secretarias de governo, redes públicas de ensino, escolas privadas, organizações não governamentais.
O GT 15 compôs com a subárea 5 a programação de duas sessões especiais; em uma delas, sobre políticas e práticas de formação de professores, contou com expositor membro nato do grupo e na outra, que abordou o tema questões éticas na pesquisa com crianças, compartilhou a organização. Ambas as sessões foram muito prestigiadas pelos participantes do evento e provocaram debates instigantes.

O tema desenvolvido como trabalho encomendado – Diagnóstico, avaliação e educação escolar – de interesse central na área de educação especial, suscitou a participação da plateia, que se pronunciou problematizando o conteúdo desenvolvido pela expositora, bem como acrescentando outras questões sobre o assunto que enriqueceram o debate.

Foram apresentadas treze comunicações orais, que trouxeram uma diversidade de temas para debate e estes expressam o crescimento da área de educação especial e alguns dos muitos desafios do processo de escolarização de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação na classe comum. Também foram expostos os dois pôsteres aprovados no grupo.
O minicurso versando sobre o tema “Indicadores educacionais sobre a escolarização de pessoas com deficiência no Brasil” foi uma atividade bem frequentada e desenvolvida com muita competência pela ministrante, sendo alvo de muitos elogios no momento da avaliação das atividades na reunião do GT.

- Além das Reuniões Nacionais, como você vê a importância do Grupos de Trabalho, em especial do GT 15, para o amadurecimento de temas caros à educação brasileira? E qual a relação do GT Educação Especial com encontros nacionais e internacionais?

As reuniões nacionais além de propiciarem a divulgação de produções na área de educação especial com espectro nacional favorece o encontro de pesquisadores de diversos programas de Pós-graduação favorecendo as trocas e, principalmente, reuniões paralelas à programação de grupos de pesquisa interinstitucionais.

Seus membros têm realizado convênios e outras formas de articulação com instituições internacionais de pesquisa e participado assiduamente dos mais célebres eventos nacionais e ampliado sobremaneira a visibilidade internacional das produções na área por meio da divulgação de suas produções em publicações e exposições em eventos. Neste caso, assume papel importante os orientandos dos membros natos do GT.

- Que sugestões de leituras você indicaria para alguém que queira se inteirar melhor sobre as discussões relacionadas ao tema Educação Especial?

Revista brasileira de educação especial - <http://www.abpee.net/> e <http://www.scielo.br>
Revista educação especial - < http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/educacaoespecial>
Cadernos Cedes - http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0101-3262&lng=en&n...
Educação e Realidade - http://www.ufrgs.br/edu_realidade/
Educação e Sociedade http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/pid_0101-7330/lng_pt/n...

- Deixamos aqui também um espaço para você abordar algum outro assunto de relevância para o GT, caso considere importante.

Talvez seja fecundo investir em rodas de conversa inter GTs, com tema acadêmico, tal como uma exposição sobre as orientações teóricas e metodológicas que vêm apoiando as pesquisas em educação.


Rosângela Gavioli PrietoCoordenadora do GT 15 Educação especial
Silvia MelettiVice-coordenadora do GT 15 Educação especial