As “Artes de Fazer” e de Viver o Cotidiano Escolar

Descrição

Uma escola pública municipal da capital capixaba. Esse é o cenário do vídeo em que a professora adjunta da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Sandra Kretli defendeu sua tese de mestrado, em 2012. Hoje, doutora em Educação, Sandra fala sobre o objetivo do curta e do grupo de pesquisa que o originou. “A questão que nos move é ir além dos clichês, que nos impedem de produzir novos modos de ser, estar, fazer e de viver nos cotidianos escolares. É capturar de que modo professores e alunos tecem as rasuras nos movimentos curriculares por meio dos usos que fazem de artefatos culturais, como livros e imagens cinematográficas. Usos que rasuram, provocam fissuras nos conhecimentos clichês e movimentam as invenções curriculares”, explicou. A doutora em Educação também conta que o nome do colégio que aparece no filme, Escola da Travessia, é fictício. “A escolha desse nome foi para intensificar a ideia de que os cotidianos escolares são ‘espaçostempos’ não de fixação, mas de intercâmbios de saberes, linguagens, culturas, afetos e circularidades de sentidos”, disse. O verdadeiro nome da escola a professora não conta, mas fala sobre a história do bairro, São Pedro III, que foi cenário de um documentário nos anos 1980. Nos anos 2000, as câmeras voltam àquela região da periferia de Vitória para mostrar que os moradores, apesar de não viverem mais junto ao lixo produzido por toda a cidade como no século passado, ainda (sobre)vivem em meio ao abandono, como na Escola da Travessia.