Nota do Conselho da Faculdade de Educação da UnB por uma Educação livre de preconceito de gênero e transfobia

A Faculdade de Educação da Universidade de Brasília tem se dedicado, ao longo dos últimos 50 anos, à formação de professores e educadores na graduação, na pós-graduação e na formação em serviço. Milhares de estudantes e professores da Rede Pública do Distrito Federal já passaram por esta instituição e pelos mais de cem professores que pertencem ao corpo docente, responsável por uma educação livre de qualquer preconceito de gênero, religião ou étnico- racial, reconhecendo a diversidade e a diferença como expressões radicais dos diferentes modos de subjetivação e a necessidade absoluta da garantia dos direitos humanos, civis e culturais de todos os cidadãos.

O episódio recente de transfobia, ocorrido com um aluno do Centro de Ensino Médio da Asa Norte (CEAN), o qual foi agredido verbalmente pelo coordenador pedagógico e impedido de utilizar o banheiro dos professores – apesar da autorização prévia da direção – demonstra a necessidade de virmos a público ratificar nosso compromisso com uma educação pública laica, democrática, socialmente comprometida com todos e todas as estudantes e, especificamente, defensora dos direitos, nesse caso, dos estudantes que representam as diversas identidades de gênero e orientação sexual a um espaço educativo acolhedor, respeitoso e sem assédio ou violência.

A faculdade de Educação confia na condução da Delegacia Especial de repressão aos crimes por discriminação racial, religiosa ou por orientação sexual ou contra a pessoa idosa ou com deficiência, onde o caso está sendo investigado, assim como no Conselho de direitos Humanos do DF, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, que oficiaram a direção do CEAN e a Secretaria de Educação, para instalar uma sindicância interna e apurar a conduta do servidor.

Nesta 597a reunião, realizada em 09/11/2017, vimos a público reforçar à comunidade que estamos ainda mais comprometidos e atentos com a manutenção dos direitos e a luta por uma sociedade equânime, justa, sem estigmas, violência ou preconceitos.