Marcos Carneiro | UFRN | Professor da Educação Básica

                                                                                                                    Marcos Carneiro | UFRN
           Projeto em rede: Avaliação do Plano de Ações Articuladas (PAR): um estudo em municípios dos Estados do Rio Grande do Norte, Pará e Minas Gerais no período de 2007 a 2011

 

A qual pesquisa você está vinculado (a) e o que é desenvolvida nela?

Estou vinculado ao projeto “Avaliação do Plano de Ações Articuladas (PAR): um estudo em municípios dos Estados do Rio Grande do Norte, Pará e Minas Gerais no período de 2007 a 2011”, objetiva analisar a implantação do PAR enquanto uma política pública no contexto das atuais políticas educacionais. A pesquisa contempla aspectos qualitativos e quantitativos e utilizará a base de dados do MEC, INEP e FNDE, especificamente do Censo Escolar identificando informações de infraestrutura das escolas e recursos pedagógicos, valorização dos profissionais da educação, e as condições pedagógicas das escolas, de modo a avaliar o impacto da implementação do PAR na melhoria dessas escolas, no período do estudo de 2007 até 2011, em face dos recursos recebidos.

Espera-se com este estudo analisar a configuração das relações intergovernamentais entre os entes federados por ocasião da elaboração e implementação do Plano de Ações Articuladas, bem como evidenciar mudanças ocorridas nos indicadores educacionais dos municípios dos Estados envolvidos na pesquisa, considerando as quatro dimensões previstas no PAR. Espera-se ainda, contribuir com a formação de redes de pesquisadores e com a formação dos alunos da pós-graduação e dos professores da educação básica. Em especial objetiva subsidiar as secretarias municipais e as escolas participantes da pesquisa no que se refere à adoção de políticas que visem a melhoria dos índices educacionais.

Esse foi seu primeiro envolvimento com pesquisa? Já tinha interesse anteriormente em desenvolver algo como isso?

Não. Já participei de outras pesquisas, porém, participar do projeto “Avaliação do Plano de Ações Articuladas (PAR): um estudo em municípios dos Estados do Rio Grande do Norte, Pará e Minas Gerais no período de 2007 a 2011” me proporcionou uma compreensão mais consistente da política educacional brasileira, sobretudo a partir de contextos tão diversos.

Como foi o trabalho na prática? O que foi mais estimulante e também mais difícil?

Extremamente prazeroso. A cada etapa da pesquisa, um novo aprendizado, novas lições e, consequentemente uma ascensão na minha prática docente. O que de certa forma, legitima a minha inserção na referida pesquisa sob a condição de professor da educação básica. As etapas mais desafiadoras foram às entrevistas e as transcrições. Ir a campo, entrevistar, ouvir e transcrever foram atividades que exigiram competência profissional e, sobretudo a ética enquanto condição imprescindível para o alcance dos objetivos que a pesquisa pleiteia.

Você considera que o meio de trabalho no qual está inserido (a) estimula a prática de pesquisa? Caso não, quais são os maiores desafios?

Não. O meu lócus de trabalho exige de modo imperativo um pragmatismo que se opõe de maneira rançosa contra a teoria. Nesta direção, a aprendizagem adere um contexto restrito entre o professor e aluno, desconectando assim, a realidade e as condições materiais em que esses sujeitos estão inscritos. Outro fator que se coloca contrário ao estímulo e ao fomento da pesquisa no meu espaço de atuação são as demandas da aprendizagem de vieses quantitativista. É nessa lógica que o professor deve incorporar o papel meramente de executor de atividades pedagógicas no intuito de classificar os alunos em aprovados/reprovados, publicizando assim, uma realidade completamente distante da práxis.

Qual a importância de estar envolvido numa pesquisa? A partir desse trabalho que integrou, no que a pesquisa pode contribuir para a melhoria da escola e para o entendimento do que se passa no dia a dia de professores, estudantes e funcionários?

Está imbricado na construção desta pesquisa é viver numa espécie de simulacro. É tomar consciência do real enquanto condição principal para a atuação na busca de transformar a realidade que me (re)construo enquanto professor. Refletir sobre e a partir dos dados elucidados por esta pesquisa é coaduna-se na militância que busca uma educação mais equânime e de qualidade para todos.